Há seis anos, o projeto ILDA nasceu com a finalidade de explorar os impactos emergentes dos dados abertos na América Latina. Muita coisa aconteceu. Hoje não precisamos explicar ao mundo o que são os dados abertos, ou qual é a sua função. Atualmente, encontramos uma crescente institucionalização de espaços de trabalho e políticas, e um maior número de organizações trabalhando para sustentar o que há 6 anos mal se vislumbrava numa tarde de inverno em Montevidéu.
Desde aquele dia e até hoje, muito tem mudado. Não apenas enfrentamos novos desafios para a transparência e a democracia na América Latina, mas a abertura de dados trouxe novos questionamentos sobre como usá-los. Enquanto isso acontecia, toda a sociedade era questionada pelo movimento feminista evidenciando a exclusão que sofrem as mulheres, e outros grupos na América Latina.
Nesse contexto, a ILDA se transformou numa organização, com o objetivo de potencializar nosso trabalho com a comunidade aliada que surgiu nesses anos, e para continuar explorando, contribuindo e promovendo uma visão de América Latina para o resto do mundo. Na nossa estratégia é possível ver que os próximos 3 anos da ILDA estarão focados em continuar:
- Promovendo a transparência e eficiência nos Governos de América Latina. A luta por mais e melhores dados ainda não foi vencida, apesar dos avanços. Ainda há muito por ser feito para inovar e melhorar, tanto na abertura de dados quanto no seu uso por parte da sociedade.
- Trabalhando a partir dos dados para visibilizar os problemas que enfrentam as mulheres e outros grupos na região, assim como promovendo uma participação igualitária. ILDA não é cega à desigualdade estrutural que enfrentam as mulheres na América Latina, e busca, por meio de projetos concretos contribuir com soluções.
- Explorando o uso e os dilemas éticos associados a novas técnicas de uso intensivo de dados. Na medida em que a inteligência artificial é adotada pelos Governos, novos desafios surgem sobre seu uso, particularmente nos aspectos éticos.
- Colaborando com o crescimento e a sustentabilidade de dados na América Latina. Há uma grande comunidade de dados trabalhando na América Latina, mas devemos fazer ainda mais na área da diversidade e da inclusão.
ILDA estruturará seu trabalho através de:
- Estudos comparados que gerem evidência;
- Acompanhamento ao desenvolvimento de protótipos;
- Atividades que favoreçam o diálogo;
- Treinamento para representante do Governo e da sociedade civil;
- Convocatória de novas vozes e referências sobre essas questões, para promover mais pesquisa e vozes da região nesses assuntos chave.
Faremos esse trabalho baseado em princípios que a organização tem como postulados inerentes às suas ações. Nesse sentido, a ILDA se define latinoamericana, datera, independente, participativa e promotora da igualdade substantiva. Na medida em que avançamos, esses princípios se refletirão na nossa organização e em nosso trabalho com organizações sociais.
Em ILDA acreditamos que as mudanças sustentáveis só se conseguem trabalhando com outros parceiros de forma colaborativa. Esta estratégia procura facilitar a compreensão para saber que caminho podemos percorrer juntos, e é uma contribuição para que parte do futuro digital seja mais aberto, igualitário e inclusivo.